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quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Sindicato faz Congresso para poucos

Recebi do companheiro Fernando Paulino texto em que ele de forma brilhante retrata o que vem acontecendo atualmente no outrora democrático Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. A atual diretoria resolveu realizar o VI Encontro de Jornalistas em Assessoria de Comunicação do Rio de Janeiro (VI Enjac) no Hotel Vila Real, em Itaipava e encontrou uma forma nada sutil de limitar a participação no evento. Estabeleceu como taxa mínima de inscrição a bagatela de R$ 450,00! Ou a atual diretoria do Sindicato está completamente alienada em relação à realidade da categoria ou agiu de má fé no sentido de realizar um encontro excludente e discriminatório.
Mas deixo para a análise de vocês o texto de Fernando Paulino que retrata bem a situação como você pode ver abaixo:

A Comunicação está na ruas !

Mais um encontro de jornalistas marcado pela exclusão social. De 24 a 26 deste mês de agosto, no Hotel Vale Real, em Itaipava, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro promove o VI Encontro de Jornalistas em Assessoria de Comunicação do Rio de Janeiro – o Enjac. De acordo com a divulgação do Sindicato, "o hotel tem suítes com TV e telefone, além de business center e internet wireless; 500 mil m2 de área verde para caminhadas ecológicas; área de recreação infantil, saunas e spa de hidromassagem, quadras de tênis e estacionamento com manobrista". Mas, pouca gente vai.
A taxa mínima de inscrição é de R$ 450,00 – para jornalistas não sindicalizados ou estudantes que se inscreveram depois de 3 de agosto, a participação no evento sai pela bagatela de R$ 540,00! Vale lembrar: no Congresso Nacional Extraordinário dos Jornalistas, realizado em Vitória, no Espírito Santo, no início de agosto, organizado pela Fenaj, a taxa de inscrição variou de R$ 150,00 a R$ 200,00. Mesmo assim, houve protesto contra os altos custos do evento.
Qual deveria ser o objetivo principal de encontros sindicais de jornalistas? Socializar o debate, garantir a pluralidade das idéias, abrir-se à participação de um maior número de profissionais, professores e estudantes do setor. Mas, a esse preço, fica difícil.
O fato é que tanto a Fenaj como o Sindicato estabeleceram um critério preliminar de participação: a seleção econômica. Desta forma, a maioria da comunidade do setor da Comunicação Social fica de fora. Conseqüência disso é que ações discriminatórias como essa ajudam a aprofundar o fosso Imprensa-Sociedade. Cada vez mais, diversos grupos sociais vêm discutindo o papel dos meios de Comunicação, apresentando idéias, querendo interagir, questionando a criminalização da pobreza exposta em várias manchetes de jornais e, sobretudo, buscando o diálogo com os profissionais do Jornalismo. Mais uma vez, perde-se uma oportunidade de interação social.
Há, porém, tempo para recuperar esse necessário trabalho conjunto Sociedade-Imprensa. Basta que os jornalistas exijam da direção do Sindicato do Rio o restabelecimento dos trabalhos da Comissão dos Assessores de Imprensa, de forma autônoma, como acontecia há alguns anos e que permitiu a participação atuante e propositiva dos profissionais cariocas em diversos fóruns de debates. A própria Comissão dos Assessores, uma vez restabelecida, poderá discutir formas que garantam a participação de mais jornalistas nos encontros da categoria.
Afinal, a quem interessa esse esquema Sindicatos/Fenaj SA?

Agosto 2007

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O guardião do espaço...

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No meu local de trabalho num dos raros momentos de calmaria. O clik é do companheiro Claudionor Santana

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Jornalista e escritor, com passagens por jornais como Última Hora, Jornal do Commercio, O Dia e O Globo, atualmente sou Assessor de Comunicação do Sintergia (Sindicato que representa os trabalhadores do Setor Elétrico do Rio de Janeiro).