Bem-vindo

Você está em "Conspiração Democrática", o único blog que não censura as postagens de seus seguidores na Internet.

sábado, 8 de dezembro de 2012

D. Pedro Casaldáliga ameaçado de morte

O bispo Pedro Casaldáliga tem de deixar sua residência em São Félix do Araguaia por sofrer ameaças O religioso, de 84 anos e que sofre de Parkinson, vem há 40 anos lutando pelos direitos dos povos indígenas Xavante no Brasil Matéria do jornal “La Vanguardia”, de Barcelona, publicada em 08/12/2012 Tradução livre do original em língua castelhana para língua portuguesa feita por Rafael Oliveira do Prado para o site “Quem tem medo de democracia?” Barcelona (da Agência Catalã de Notícias – ACN). – O bispo Pedro Casaldáliga, de 84 anos, se viu obrigado a deixar sua residência em São Félix do Araguaia e se refugiar a mais de mil quilômetros de distância por recomendação da Polícia Federal brasileira. O motivo foi a intensificação das ameaças de morte feitas contra Dom Pedro Casaldáliga nos últimos dias, as quais recebe em função do seu trabalho de mais de 40 anos em defesa dos direitos do povo Xavante. A produtora “Minoria Absoluta”, que trabalha em uma minissérie sobre o religioso, foi uma das que denunciaram a situação. O fato de que o governo brasileiro tenha decidido tomar as terras (sic) dos “fazendeiros” (aspas no original) para devolvê-las aos indígenas, legítimos proprietários, agravou o conflito. De fato, a produtora afirmou que a equipe que rodava a minissérie teve que modificar seu plano de trabalho. Concretamente, e por recomendação do governo brasileiro, a equipe teve que atravessar a floresta e fazer um trajeto de 48 horas de duração para evitar a zona de conflito. Casaldáliga se converteu em um alvo para os “invasores” (aspas no original) que se apropriaram fraudulentamente da Terra Indígena (T.I.) Marâiwatsédé do povo Xavante. O bispo, de 84 anos e que sofre de Parkinson, trabalha há anos pelos povos indígenas e seus direitos fundamentais na prelazia de São Félix e se transformou na imagem internacional dessa causa. Os latifundiários e os colonos que ocuparam fraudulentamente e mediante violência as terras (indígenas), serão despejados em pouco tempo segundo uma Ordem Ministerial que está por ser executada há mais de 20 anos. Segundo a Associação Araguaia com Casaldáliga informou em uma carta, o bispo se vê obrigado a pegar um avião escoltado pela polícia, e atualmente se encontra na casa de um amigo, o qual tem sua identidade e endereço mantidos em segredo por razões de segurança. “Sentimo-nos plenamente identificados com a defesa da causa indígenas sempre levada adiante pelo bispo Pedro e pela Prelazia de São Félix” (aspas no original), disse a nota da Associação, que exorta à comunidade internacional a velar pela segurança de Casaldáliga e os direitos do povo Xavante. Através do Twitter circulou o comunicado de apoio do Conselho Indígena Missionário (CIMI) – organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) –, assinado por associações e entidades vinculadas à luta dos povos indígenas e aos direitos humanos

terça-feira, 2 de outubro de 2012

VOTAR

Por Raquel de Queiroz Não sei se vocês têm meditado como devem no funcionamento do complexo maquinismo político que se chama govêrno democrático, ou govêrno do povo. Em política a gente se desabitua de tomar as palavras no seu sentido imediato. No entanto, talvez não exista, mais do que esta, expressão nenhuma nas línguas vivas que deva ser tomada no seu sentido mais literal: govêrno do povo. Porque, numa democracia, o ato de votar representa o ato de FAZER O GOVÊRNO. Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo. Escolhem-se pelo voto aquêles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas - e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis! A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia, até os sete palmos de terra da derradeira moradia. Escolhemos igualmente pelo voto aquêles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aquêles que irão estipular a quantidade dêsses impostos. Vejam como é grave a escolha dêsses "cobradores". Uma vez lá em cima podem nos arrastar à penúria, nos chupar a última gôta de sangue do corpo, nos arrancar o último vintém do bôlso. E, por falar em dinheiro, pelo voto escolhem-se não só aquêles que vão receber, guardar e gerir a fazenda pública, mas também se escolhem aquêles que vão "fabricar" o dinheiro. Esta é uma das missões mais delicadas que os votantes confiam aos seus escolhidos. Pois, se a função emissora cai em mãos desonestas, é o mesmo que ficar o país entregue a uma quadrilha de falsários. Êles desandam a emitir sem conta nem limite, o dinheiro se multiplica tanto que vira papel sujo, e o que ontem valia mil, hoje não vale mais zero. Não preciso explicar muito êste capítulo, já que nós ainda nadamos em plena inflação e sabemos à custa da nossa fome o que é ter moedeiros falsos no poder. Escolhem-se nas eleições aquêles que têm direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático. E, circunstância mais grave e digna de todo o interêsse: dá-se aos representantes do povo que exercem o poder executivo o comando de tôdas as fôrças armadas: o exército, a marinha, a aviação, as polícias. E assim, amigos, quando vocês forem levianamente levar um voto para o Sr. Fulaninho que lhes fêz um favor, ou para o Sr. Sicrano que tem tanta vontade de ser governador, coitadinho, ou para Beltrano que é tão amável, parou o automóvel, lhes deu uma carona e depois solicitou o seu sufrágio - lembrem-se de que não vão proporcionar a êsses sujeitos um simples emprêgo bem remunerado. Vão lhes entregar um poder enorme e temeroso, vão fazê-los reis; vão lhes dar soldados para êles comandarem - e soldados são homens cuja principal virtude é a cega obediência às ordens dos chefes que lhe dá o povo. Votando, fazemos dos votados nossos representantes legítimos, passando-lhes procuração para agirem em nosso lugar, como se nós próprios fôssem. Entregamos a êsses homens tanques, metralhadoras, canhões, granadas, aviões, submarinos, navios de guerra - e a flor da nossa mocidade, a êles prêsa por um juramento de fidelidade. E tudo isso pode se virar contra nós e nos destruir, como o monstro Frankenstein se virou contra o seu amo e criador. Votem, irmãos, votem. Mas pensem bem antes. Votar não é assunto indiferente, é questão pessoal, e quanto! Escolham com calma, pesem e meçam os candidatos, com muito mais paciência e desconfiança do que se estivessem escolhendo uma noiva. Porque, afinal, a mulher quando é ruim, dá-se uma surra, devolve-se ao pai, pede-se desquite. E o govêrno, quando é ruim, êle é que nos dá a surra, êle é que nos põe na rua, tira o último pedaço de pão da bôca dos nossos filhos e nos faz aprodecer na cadeia. E quando a gente não se conforma, nos intitula de revoltoso e dá cabo de nós a ferro e fogo. E agora um conselho final, que pode parecer um mau conselho, mas no fundo é muito honesto. Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum poderoso para sufragar êste ou aquêle candidato, não se preocupe. Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez. Lembre-se de que o voto é secreto. Se o obrigam a prometer, prometa. Se tem mêdo de dizer não, diga sim. O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha. Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem mêdo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINE INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM HOMEM LIVRE. Falte com a palavra dada à fôrça, e escute apenas a sua consciência. Palavras o vento leva, mas a consciência não muda nunca, acompanha a gente até o inferno".

Mais uma eleição...

Já deu... O horário eleitoral que nos é imposto goela abaixo não dá margem para escolhas. É tudo igual ao que aconteceu em eleições passadas. Candidatos que falam seu número e nome e repetem uma frase definida pelos marqueteiros de plantão. Pior é que no Brasil estratificou-se a máxima de quem tem a grana tem o conhecimento, o que deixa o País à beira do ridículo quase imperceptível porque a grande maioria consolidou uma profissão que ninguém quer admitir mas que existe: a do puxa-saco profissional. E entre incompetentes endinheirados e puxa-sacos submissos, a política nacional vai se arrastando numa modorra nauseabunda, repetindo práticas como a da inauguração ad nauseam de obras às vésperas das eleições. Seja você de que cidade for, a prática certamente é a mesma. Diante deste quadro, não espanta que muita gente encare o ato de votar com enfado, decidindo na hora por um candidato que muita das vezes é escolhido pela qualidade do material distribuído na malfadada boca de urna, que o TRE proíbe, mas que continua existindo. Dia 7 de outubro, tô lá. Já escolhi meus candidatos dentre as opções que me deram (e não são muitas nem tangenciam as que eu desejaria). Mas vou lá cumprir meu dever cívico que entra eleição sai eleição arranha, mas não soterra, minha esperança de um país mais justo e realmente democrático.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A culpa é do juiz...

É lamentável que a imprensa patrocine uma verdadeira caçada aos juízes, amenizando as péssimas condições dos gramados, as atitudes de dirigentes e treinadores que, por sua vez, estimulam seus jogadores a reclamarem de todas as marcações da arbitragem, inviabilizando que a partida transcorra normalmente. É um absurdo que treinadores ganhem salários de seis dígitos (beirando os sete) para ficar incitando os jogadores a cometerem faltas absurdas, verdadeiras agressões a quem ousa jogar futebol. Há um treinador de "primeira linha" no futebol brasileiro famoso por transformar as equipes em verdadeiras máquinas de bater e os jogadores em gladiadores que visam as canelas e outras regiões dos corpos de seus adversários em primeiro lugar. A bola é um detalhe. Os juízes erram aqui e em outros cantos do planeta, mas só aqui eles servem para justificar a derrota de times, diretores e treinadores medíocres, que não têm técnica, são incompetentes e não sabem armar times, mas se especializaram em debitar às arbitragens todas as mazelas de suas equipes.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Pra quando 2016 chegar...

O transporte está caótico? Você vai ver as mudanças em 2016. A SuperVia adquiriu novas composições. O Metrô fez o mesmo. Os corredores preferenciais começaram a ser implantados. Mas em 2016! A Saúde está completamente abandonada. Pessoas morrem nas filas de espera. O atendimento é desumano, faltam remédios, os profissionais estão nitidamente desmotivados. Isso até 2016! É o que garantem os gestores do Rio de Janeiro. E a Educação? Em 2016 o Rio voltará a ostentar o status de referência! Enquanto isso, os desmandos da SuperVia continuam e cada vez mais despropositados e sem qualquer justificativa. A última da SuperVia é que um débil mental foi colocado como "administrador" da Estação de Engenho de Dentro que, por sinal, está em péssimo estado com buracos no teto que obrigam os usuários a se valerem de guarda-chuvas para se livrarem das goteiras. A única providência tomada por esse débil mental foi a de inverter o sentido das escadas rolantes. Quem conhece a Estação Engenho de Dentro sabe o quanto é íngreme a inclinação da plataforma de embarque em relação à plataforma de desembarque e pode avaliar o absurdo que constitui tal inversão. O pior de tudo é que não existem rampas que facilitem o acesso de idosos, gestantes e portadores de necessidades especiais. Mas que importância tem isso. Para uma empresa que já chicoteou passageiros. Que acha normal que um trem trafegue pela via sem maquinista. Que teve sua concessão renovada por mais 25 anos depois de todos esses absurdos. E que em logo em seguida repassou a concessão sabe-se lá porquê o que tem nomear um débil mental para comandar uma das estações? O que acontece na Estação Engenho de Dentro explica porque um País com imensas possibilidades continua integrando o rol do Terceiro Mundo.

sábado, 28 de julho de 2012

Isso a grande imprensa não divulga

1. Certidões: Quem quiser tirar uma cópia da certidão de nascimento, ou de casamento, não precisa mais ir até um cartório, pegar senha e esperar um tempão na fila. O cartório eletrônico, já está no ar! http://www.cartorio24horas.com.br Nele você resolve essas (e outras) burocracias, 24 horas por dia, on-line. Cópias de certidões de óbitos, imóveis, e protestos também podem ser solicitados pela internet. Para pagar é preciso imprimir um boleto bancário. Depois, o documento chega por Sedex. Passe para todo mundo, que este é um serviço da maior importância. 2. Auxílio a Lista: Telefone 102... não! Agora é: 08002800102 Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são importantes...... NA CONSULTA AO 102, PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIÇO. SÓ QUE A TELEFÔNICA NÃO AVISA QUE EXISTE UM SERVIÇO VERDADEIRAMENTE GRATUITO. Não custa divulgar para mais gente ficar sabendo. 3. Lenda Não existe tratameto eficaz para queda de cabelo. Tudo mentira, já existem produtos naturais que tratam seu couro cabeludo, em muitos casos eliminando a queda de cabelo para sempre. Aqui está! - http://www.fimdaquedadecabelo.net 4. Multa de Trânsito: essa você não sabia. No caso de multa por infração leve ou média, se você não foi multado pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses, não precisa pagar multa. É só ir ao DETRAN e pedir o formulário para converter a infração em advertência com base no Art. 267 do CTB. Levar Xerox da carteira de motorista e a notificação da multa.. Em 30 dias você recebe pelo correio a advertência por escrito. Perde os pontos, mas não paga nada. Código de Trânsito Brasileiro Art. 267 - Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa. 5. Importantíssimo: Documentos roubados - BO (boletim de occorrência) dá gratuidade - Lei 3.051/98 - VOCÊ SABIA??? Acho que grande parte da população não sabe, é que a Lei 3.051/98 que nos dá o direito de em caso de roubo ou furto (mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência), gratuidade na emissão da 2ª via de tais documentos como: Habilitação (R$ 42,97); Identidade (R$ 32,65); Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11).. Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cópia (não precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrência e o original ao Detran p/ Habilitação e Licenciamento e outra cópia à um posto do IFP..

A verdade sobre Dom Eugenio Salles

UM CARDEAL SEM PASSADO José Ribamar Bessa Freire 15/07/2012 - Diário do Amazonas O tratamento que a mídia deu à morte do cardeal dom Eugenio Sales, ocorrida na última segunda-feira, com direito à pomba branca no velório, me fez lembrar o filme alemão "Uma cidade sem passado", de 1990, dirigido por Michael Verhoven. Os dois casos são exemplos típicos de como o poder manipula as versões sobre a história, promove o esquecimento de fatos vergonhosos, inventa despudoradamente novas lembranças e usa a memória, assim construída, como um instrumento de controle e coerção. O filme Comecemos pelo filme, que se baseia em fatos históricos. Na década de 1980, o Ministério da Educação da Alemanha realiza um concurso de redação escolar, de âmbito nacional, cujo tema é "Minha cidade natal na época do III Reich". Milhares de estudantes se inscrevem, entre eles a jovem Sônia Rosenberger, que busca reconstituir a história de sua cidade, Pfilzing - como é denominada no filme - considerada até então baluarte da resistência antinazista. Mas a estudante encontra oposição. As instituições locais de memória - o arquivo municipal, a biblioteca, a igreja e até mesmo o jornal Pfilzinger Morgen - fecham-lhe suas portas, apresentando desculpas esfarrapadas. Ninguém quer que uma "judia e comunista" futuque o passado. Sônia, porém, não desiste. Corre atrás. Busca os documentos orais. Entrevista pessoas próximas, familiares, vizinhos, que sobreviveram ao nazismo. As lembranças, contudo, são fragmentadas, descosturadas, não passam de fiapos sem sentido. A jovem pesquisadora procura, então, as autoridades locais, que se recusam a falar e ainda consideram sua insistência como uma ameaça à manutenção da memória oficial, que é a garantia da ordem vigente. Por não ter acesso aos documentos, Sônia perde os prazos do concurso. Desconfiada, porém, de que debaixo daquele angu tinha caroço - perdão, de que sob aquele chucrute havia salsicha - resolve continuar pesquisando por conta própria, mesmo depois de formada, casada e com filhos, numa batalha desigual que durou alguns anos. Hostilizada pelo poder civil e religioso, Sônia recorre ao Judiciário e entra com uma ação na qual reivindica o direito à informação. Ganha o processo e, finalmente, consegue ingressar nos arquivos. Foi aí, no meio da papelada, que ela descobriu, horrorizada, as razões da cortina de silêncio: sua cidade, longe de ter sido um bastião da resistência ao nazismo, havia sediado um campo de concentração. Lá, os nazistas prenderam, torturaram e mataram muita gente, com a cumplicidade ou a omissão de moradores, que tentaram, depois, apagar essa mancha vergonhosa da memória, forjando um passado que nunca existiu. Os documentos registraram inclusive a prisão de um judeu, denunciado na época por dois padres, que no momento da pesquisa continuavam ainda vivos, vivíssimos, tentando impedir o acesso de Sônia aos registros. No entanto, o mais doloroso, era que aqueles que, ontem, haviam sido carrascos, cúmplices da opressão, posavam, hoje, como heróis da resistência e parceiros da liberdade. Quanto escárnio! Os safados haviam invertido os papéis. Por isso, ocultavam os documentos. Deus tá vendo E é aqui que entra a forma como a mídia cobriu a morte do cardeal dom Eugênio Sales, que comandou a Arquidiocese do Rio, com mão forte, ao longo de 30 anos (1971-2001), incluindo os anos de chumbo da ditadura militar. O que aconteceu nesse período? O Brasil já elegeu três presidentes que foram reprimidos pela ditadura, mas até hoje, não temos acesso aos principais documentos da repressão. Se a Comissão Nacional da Verdade, instalada em maio último pela presidente Dilma Rousseff, pudesse criar, no campo da memória, algo similar à operação "Deus tá vendo", organizada pela Policia Civil do Rio Grande do Sul, talvez encontrássemos a resposta. Na tal operação, a Polícia prendeu na última quinta-feira quatro pastores evangélicos envolvidos em golpes na venda de automóveis. Seria o caso de perguntar: o que foi que Deus viu na época da ditadura militar? Tem coisas que até Ele duvida. Tive a oportunidade de acompanhar a trajetória do cardeal Eugênio Sales, na qualidade de repórter da ASAPRESS, uma agência nacional de notícias arrendada pela CNBB em 1967. Também, cobri reuniões e assembleias da Conferência dos Bispos para os jornais do Rio - O Sol, O Paiz e Correio da Manhã, quando dom Eugênio era Arcebispo Primaz de Salvador. É a partir desse lugar que posso dar um modesto testemunho. Os bispos que lutavam contra as arbitrariedades eram Helder Câmara, Waldir Calheiros, Cândido Padin, Paulo Evaristo Arns e alguns outros mais que foram vigiados e perseguidos. Mas não dom Eugênio, que jogava no time contrário. Um dos auxiliares de dom Helder, o padre Henrique, foi torturado até a morte em 1969, num crime que continua atravessado na garganta de todos nós e que esperamos seja esclarecido pela Comissão da Verdade. Padres e leigos foram presos e torturados, sem que escutássemos um pio de protesto de dom Eugênio, contrário à teologia da libertação e ao envolvimento da Igreja com os pobres. O cardeal Eugenio Sales era um homem do poder, que amava a pompa e o rapapé, muito atuante no campo político. Foi ele um dos inspiradores das "candocas" - como Stanislaw Ponte Preta chamava as senhoras da CAMDE, a Campanha da Mulher pela Democracia. As "candocas" desenvolveram trabalhos sociais nas favelas exclusivamente com o objetivo de mobilizar setores pobres para seus objetivos golpistas. Foram elas, as "candocas", que organizaram manifestações de rua contra o governo democraticamente eleito de João Goulart, incluindo a famigerada "Marcha da família com Deus pela liberdade", que apoiou o golpe militar, com financiamento de multinacionais, o que foi muito bem documentado pelo cientista político René Dreifuss, em seu livro "1964: A Conquista do Estado" (Vozes, 1981). Ele teve acesso ao Caixa 2 do IPES/IBAD. Nós, toda a torcida do Flamengo e Deus que estava vendo tudo, sabíamos que dom Eugênio era, com todo o respeito, o cardeal da ditadura. Se não sofro de amnésia - e não sofro de amnésia ou de qualquer doença neurodegenerativa - posso garantir que na época ele nem disfarçava, ao contrário manifestava publicamente orgulho do livre trânsito que tinha entre os militares e os poderosos. - "Quem tem dúvidas...basta pesquisar os textos assinados por ele no JB e n'O Globo" - escreve a jornalista Hildegard Angel, que foi colunista dos dois jornais e avaliou assim a opção preferencial do cardeal: - A Igreja Católica, no Rio, sob a égide de dom Eugenio Salles, foi cada vez mais se distanciando dos pobres e se aproximando, cultivando, cortejando as estruturas do poder. Isso não poderia acabar bem. Acabou no menor percentual de católicos no país: 45,8%... Portões do Sumaré Por isso, a jornalista estranhou - e nós também - a forma como o cardeal Eugenio Sales foi retratado no velório pelas autoridades. Ele foi apresentado como um combatente contra a ditadura, que abriu os portões da residência episcopal para abrigar os perseguidos políticos. O prefeito Eduardo Paes, em campanha eleitoral, declarou que o cardeal "defendeu a liberdade e os direitos individuais". O governador Sérgio Cabral e até o presidente do Senado, José Sarney, insistiram no mesmo tema, apresentando dom Eugênio como o campeão "do respeito às pessoas e aos direitos humanos". Não foram só os políticos. O jornalista e acadêmico Luiz Paulo Horta escreveu que dom Eugênio chegou a abrigar no Rio "uma quantidade enorme de asilados políticos", calculada, por baixo, numa estimativa do Globo, em "mais de quatro mil pessoas perseguidas por regimes militares da América do Sul". Outro jornalista, José Casado, elevou o número para cinco mil. Ou seja, o cardeal era um agente duplo. Publicamente, apoiava a ditadura e, por baixo dos panos, na clandestinidade, ajudava quem lutava contra. Só faltou arranjarem um codinome para ele, denominado pelo papa Bento XVI como "o intrépido pastor". Seria possível acreditar nisso, se o jornal tivesse entrevistado um por cento das vítimas. Bastaria 50 perseguidos nos contarem como o cardeal com eles se solidarizou. No entanto, o jornal não dá o nome de uma só - umazinha - dessas cinco mil pessoas. Enquanto isto não acontecer, preferimos ficar com o corajoso depoimento de Hildegard Angel, cujo irmão Stuart, foi torturado e morto pelo Serviço de Inteligência da Aeronáutica. Sua mãe, a estilista Zuzu Angel, procurou o cardeal e bateu com a cara na porta do palácio episcopal. Segundo Hilde, dom Eugênio "fechou os olhos às maldades cometidas durante a ditadura, fechando seus ouvidos e os portões do Sumaré aos familiares dos jovens ditos "subversivos" que lá iam levar suas súplicas, como fez com minha mãe Zuzu Angel (e isso está documentado)". Ela acha surpreendente que os jornais queiram nos fazer acreditar "que ocorreu justo o contrário!", como no filme "Uma cidade sem passado". Mas não é tão surpreendente assim. O texto de Hildegard menciona a grande habilidade, em vida, de dom Eugenio, em "manter ótimas relações com os grandes jornais, para os quais contribuiu regularmente com artigos". As azeitadas relações com os donos dos jornais e com alguns jornalistas em postos-chave continuaram depois da morte, como é possível constatar com a cobertura do velório. A defesa de dom Eugênio, na realidade, funciona aqui como uma autodefesa da mídia e do poder. Os jornais elogiaram, como uma virtude e uma delicadeza, o gesto do cardeal Eugenio Sales que cada vez que ia a Roma levava mamão-papaia para o papa João Paulo II, com o mesmo zelo e unção com que o senador Alfredo Nascimento levava tucumã já descascado para o café da manhã do então governador Amazonino Mendes. São os rituais do poder com seus rapapés. - Dentro de uma sociedade, assim como os discursos, as memórias são controladas e negociadas entre diferentes grupos e diferentes sistemas de poder. Ainda que não possam ser confundidas com a "verdade", as memórias têm valor social de "verdade" e podem ser difundidas e reproduzidas como se fossem "a verdade" - escreve Teun A. van Dijk, doutor pela Universidade de Amsterdã. A "verdade" construída pela mídia foi capaz de fotografar até "a presença do Espírito Santo" no funeral. Um voluntário da Cruz Vermelha, Gilberto de Almeida, 59 anos, corretor de imóveis, no caminho ao velório de dom Eugênio, passou pelo abatedouro, no Engenho de Dentro, comprou uma pomba por R$ 25 e a soltou dentro da catedral. A ave voou e posou sobre o caixão: "Foi um sinal de Deus, é a presença do Espírito Santo" - berraram os jornais. Parece que vale tudo para controlar a memória, até mesmo estabelecer preço tão baixo para uma das pessoas da Santíssima Trindade. É muita falta de respeito com a fé das pessoas. - "A mídia deve ser pensada não como um lugar neutro de observação, mas como um agente produtor de imagens, representações e memória" nos diz o citado pesquisador holandês, que estudou o tratamento racista dispensado às minorias étnicas pela imprensa europeia. Para ele, os modos de produção e os meios de produção de uma imagem social sobre o passado são usados no campo da disputa política. Nessa disputa, a mídia nos forçou a fazer os comentários que você acaba de ler, o que pode parecer indelicadeza num momento como esse de morte, de perda e de dor para os amigos do cardeal. Mas se a gente não falar agora, quando então? Stuart Angel e os que combateram a ditadura merecem que a gente corra o risco de parecer indelicado. É preciso dizer, em respeito à memória deles, que Dom Eugênio tinha suas virtudes, mas uma delas não foi, certamente, a solidariedade aos perseguidos políticos para quem os portões do Sumaré, até prova em contrário, permaneceram fechados. Que ele descanse em paz! P.S. - O jornalista amazonense Fábio Alencar foi quem me repassou o texto de Hildegard Angel, que circulou nas redes sociais. O doutor Geraldo Sá Peixoto Pinheiro, historiador e professor da Universidade Federal do Amazonas, foi quem me indicou, há anos, o filme "Uma cidade sem passado". Quem me permitiu discutir o conceito de memória foram minhas colegas doutoras Jô Gondar e Vera Dodebei, organizadoras do livro "O que é Memória Social" (Rio de Janeiro: Contra Capa/ Programa de Pós- Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2005). Nenhum deles tem qualquer responsabilidade sobre os juízos por mim aqui emitidos. P.S. - A ilustração que foi acrescentada é do meu querido parceirinho Fernando Assaz Atroz http://assazatroz.blogspot.com.br/

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Setor Elétrico em greve

Os trabalhadores do Setor Elétrico da base Rio de Janeiro (Cepel, Eletrobras, Eletronuclear e Furnas) demonstraram mais uma vez sua unidade e capacidade de luta realizando mais um ato público em frente à sede da Eletrobras. Em greve desde 16 de julho, a mobilização da categoria forçou a empresa a marcar nova reunião com os integrantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) para o dia 25 de julho, em local a ser confirmado (as opções são Brasília ou Rio). Em plenária realizada durante o ato, ficou decidido que amanhã haverá mais um ato no mesmo local e horário, quando serão decididos os próximos passos da Campanha Salarial, já com a confirmação ou não da reunião entre o CNE e a empresa.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O escândalo da Libertadores 2012

Tá rolando na Internet matéria denunciando um suposto esquema para tornar o Corinthians campeão da Libertadores 2012. Vejam a matéria e tirem suas próprias conclusões: LIBERTADORES DE 2012, A VERDADE ESTÁ COMEÇANDO A APARECER? Data: Quinta-feira, 05 de Julho de 2012, 10:28 - DIVULGADO O ESCÂNDALO QUE TODO MUNDO SUSPEITAVA ! Talvez, isso explique a razão do jogador Riquelme ter declarado a seguinte frase: '"Se as pessoas soubessem o que aconteceu na Libertadores de 2012, ficariam enojadas!". Todos os anti-corinthianos ficaram chocados e tristes por assistir a maneira como o Boca perdeu a Libertadores. Não deveriam. O que está exposto abaixo é a notícia em primeira mão que está sendo investigada por rádios e jornais de todo o Brasil e alguns estrangeiros, mais especificamente Wall Street Journal of Americas e a VEJA e deve sair na mídia em breve, assim que as provas forem colhidas e confirmarem os fatos. Fato comprovado: O Boca VENDEU a Copa Libertadores para o Corinthias. Os jogadores titulares do Boca foram avisados, às 13:00 do dia 04 de Julho (dia do jogo final), em uma reunião envolvendo o Sr. Daniel Angelici (na única vez que o pr esidente do BOCA compareceu a uma preleção do time), o Técnico Julio César Falcioni, e o Sr. Chris Kypriotis, diretor geral da Nike do Brasil. Os jogadores reservas permaneceram em isolamento, em seus quartos ou no lobby do hotel. A princípio muito contrariados, os jogadores se recusaram a trocar o sétimo titulo do campeonato Sulamericano por uma viagem para assistir a copa do mundo no Brasil. A aceitação veio através do pagamento total dos prêmios, US$140.000,00 para cada jogador, mais um bônus de US$800.000,00 para todos os jogadores e integrantes da comissão, num total de US$ 46.000.000,00 quarenta e seis milhões de dólares) através da empresa Nike. Além disso, os jogadores que aceitassem o contrato com a empresa Nike nos próximos 4 anos teriam as mesmas bases de prêmios que os jogadores de elite da empresa, como o Cristiano Ronaldo, Xavi da Espanha, Messi da própria Argentina e Neymar, do Brasi l. Mesmo assim, Roncaglia se recusou a jogar, o que obrigou o técnico Daniel Angelici a escalar o jogador Viatri, dizendo que Roncaglia estava com problemas no joelho esquerdo (em primeira notícia divulgada às 08:47 no centro de imprensa) e, logo depois, às 14:15, alterando o prognóstico associando o fato a venda para FIORENTINA). Assim, combinou-se que o Boca seria derrotado durante a prorrogação, porém a apatia que se abateu sobre os jogadores titulares fez com que o Corinthians, marcasse, em duas falhas simples do time argentino. Porque será que o Maradona NÃO VEIO ao Brasil, para apoiar o time com toda a sua euforia??? Desde, já agradeço, Um abraço. Gunther Schweitzer Central Globo de Jornalismo.

sábado, 23 de junho de 2012

O sonho não acabou...

Sem sonho não dá, até porque a realidade tem tantas contradições que cresce geometricamente o número de pessoas que buscam em seitas e falsos profetas a solução para suas angústias, dúvidas e limitações. A Rio + 20 terminou com um documento pródigo em obviedades e lacunas, deixando mais incertezas que afirmações, mas valeu a pena pelo sonho compartilhado por pessoas que ainda acreditam em ética, convivência pacífica e utopias. Os gestos simples de crianças jogando lixo no lixo e falando em reciclagem é uma esperança (por que não?), porém o Rio é hoje uma cidade suja em que o contraste entre suas belezas naturais e o abandono de monumentos mostram o que a mídia tenta esconder. Num país em que o eufemismo "moradores de rua" tenta esconder a pobreza e abandono de seres sem rumo, plantar uma árvore não é fuga, mas aposta.

sábado, 12 de maio de 2012

A face oculta da paixão...

O futebol ocupa no Brasil um lugar de destaque às vezes superdimensionado que excede o esporte e permeia o político, descambando por isso mesmo para baixarias e ocultando os interesses financeiros que comandam hoje a paixão de todo um povo. A semana que antecedeu o primeiro jogo decisivo do Campeonato Carioca teve como grande destaque Fernanda Maia, uma bela gandula que cometeu um erro: colocou rapidamente a bola em jogo. Ora, ela não é paga para isso? Pouco se falou da atuação espetacular do Botafogo e da merecida vitória sobre o Vasco. A primeira partida decisiva do Cariocão terminou com uma vitória humilhante do Fluminense: 4 x 0 sobre um Botafogo, sem tática, sem alma, sem raça e sem inspiração. Mas tem a segunda partida, diriam os mais fanáticos botafoguenses, que acreditam na superstição de que "há coisas que só acontecem com o Botafogo". A "crítica especializada" formada por jornalistas, piadistas, ex-jogadores, analfabetos ou semialfabetizados na sua maioria, e alguns representantes do clubes não faz nenhuma análise tática do que foi a primeira partida e do que pode ser a segunda, o que por si só motivaria as duas torcidas. O resultado dessa "especialização" é que se tem poucas informações sobre que providências táticas o "professor" (como são chamados os técnicos de futebol pelos boleiros) Oswaldo vai tomar para virar um placar tão desfavorável. Dizer que ainda acredita qualquer torcedor do Botafogo pode dizer sem receber por isso. A "crítica especializada" não pode dizer muita coisa porque tem compromissos com clubes e patrocinadores e se limita a dizer obviedades sem nenhum compromisso com a verdade ou com a realidade. Eu, como botafoguense, tenho esperança e espero que os jogadores do Botafogo recuperem a alma e demonstrem um futebol que empolgue a torcida com qualquer resultado. Quem é botafoguense de verdade saiu do Engenhão no último domingo com a certeza de que ou se reforça o time ou vamos ter um ano de desilusões amargas. O jogo de domingo pode romper este tênue fio de esperança que restou.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Mago voltou...

No Brasil, a inteligentizia teima em menosprezar a sagacidade popular. Eu, ao contrário, sempre me curvo às sacadas geniais de quem traz no peito uma paixão. Botafoguense assumido, custei a incorporar ao meu vocabulário o "Mago" atribuído a Maicosuel, jogador de impressionante técnica, mas que se viu às voltas com seguidas contusões nos últimos anos. No jogo do último domingo (29 de abril de 2012), Maicosuel mostrou um repertório de jogadas que justificam não só a denominação como o encantamento da torcida. Que as contusões tenham terminado para que o futebol brasileiro seja premiado com a malícia, o veneno e a inteligência de um jogador diferenciado e que parece adaptado aos tempos modernos de marcação aliada à técnica na hora que tem a posse de bola. O Mago voltou!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pra quando 2016 chegar...

Problemas com os trens?
Superlotação do Metrô?
Educação abandonada.
Saúde comprometida?
Tudo isto vai ter solução...
Em 2016...
Quem sobreviver verá se é verdade...

quarta-feira, 28 de março de 2012

As trapalhadas de Eduardo Paes...


Definitivamente, o Prefeito do Rio, Eduardo Paes, habita um outro planeta.
Suas intervenções no trânsito do Rio de Janeiro beiram o caos e não levam em conta nem o conforto e muito menos a segurança de pessoas por quem ele deveria zelar.
A foto que ilustra esta matéria mostra o risco a que estão expostas milhares de pessoas que utilizam os trens da SuperVia (o que por si só já é um risco) e ao saltarem na Central do Brasil para se dirigirem aos seus empregos encontram as faixas de pedestres (por onde deveriam atravessar a movimentadíssima Avenida Presidente Vargas) cercadas por grades que devem ter custado milhares de reais aos cofres públicos e são obrigadas a contornar as "cercas" e circular em meio ao trânsito pesado.
Não dá pra entender.
É muita burrice. Ou incompetência. Ou má fé. Ou desprezo pela população.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Rio virtual... ou imaginário...

As administrações Sergio Cabral e Eduardo Paes criaram no Estado e município dois Rios bastante diferentes.
Um real, com suas carências nos setores de Educação, Saúde, Transporte e Moradia.
Outro, virtual, onde tudo funciona às maravilhas e o povo aparece feliz.
Como se deu esta mágica?
Simples!
Qualquer cobrança em nível municipal e/ou Estadual é remetida para 2016.
Os transportes estão péssimos? Espere só pra ver nossas maquetes, projetos e projeções para 2016.
A Saúde está um caos? Em 2016 tudo estará funcionando perfeitamente...
E a Educação? Ora, é coisa de futuro. Em 2016 teremos escolas modernas, informatizadas, professores bem remunerados e alunos com alto índice de aprovação.
Enquanto isso, quem depende de transporte público no Rio vive situações constrangedoras e até deprimentes. Trens, metrô, barcas, ônibus, vans, kombis e outros meios de locomoção (estou falando de ônibus piratas, carros particulares que fazem transporte irregularmente, veículos caindo aos pedaços que fazem seus bicos clandestinamente etc.) estão lotados, em péssimo estado, atrasam, são canículas que submetem os usuários a testes de resistência física e mental, além dos episódios de violência diários protagonizados em parte por quem deveria fiscalizar o sistema de transporte.
Saúde pública no Rio é risco de vida. Hospitais equipados mas sem profissionais. Hospitais maquiados (como no caso do Souza Aguiar, onde quem chega é recebido por "seguranças") e a última reforma foi da fachada e não no interior onde falta equipamento e pessoal habilitado.
Não existe Educação de qualidade com profissionais mal remunerados. E as desculpas esfarrapadas de prefeitos e governador sobre o assunto já superaram a paciência de quem tem filhos na escola pública.
Com a criação das UPP's, os aluguéis dispararam. Por que se nas comunidades ocupadas o tráfico ainda rola solto e policiais e moradores acusam-se mutuamente de violência e desrespeito? É pura especulação imobiliária estimuladas pela grande imprensa, que trata o assunto sem nenhum espírito crítico ou público como deveria ser.
As mentiras de hoje terão reflexo no amanhã.
A Copa que teve gastos de R$ 1 bilhão só com a reforma do Maracanã pode se constituir numa grande frustração, porque o Brasil só jogará no Rio se chegar à final.
Nas Olimpíadas, esportivamente somos coadjuvantes, mas como seremos como anfitriões?
Esperança, teu nome é brasileiro.
Quem em 2016 o Rio proporcione ao seu povo condições dignas nos setores de Saúde, Educação, Transporte e Moradia.
Estaremos aqui para cobrar... Porque podem calar quase todos, mas não todo mundo...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Rio! 447 anos...

Sem amarguras, críticas e (por que não?) me distanciando da realidade, festejo os 447 anos do Rio.
A cidade continua a exibir sua linda geografia.
O carioca continua sendo receptivo, gozador, festeiro.
E a gente vai levando, sob um Sol escaldante, mas que realça o brilho da cidade e faz das praias cariocas o melhor refúgio do verão.
Rio, 447 anos...
Que venham mais 447... Para outros olhares, novas perspectivas sob o mesmo Sol de explendor!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SuperVia é multada... Finalmente!

E não é que os brados deste humilde cantinho têm alguma repercussão?
Veja matéria recebida diretamente da assessoria de comunicação da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro:

A Supervia, concessionária que administra o transporte ferroviário no estado do Rio de Janeiro, foi condenada pela Justiça estadual a pagar uma multa de R$ 100 mil, por conta dos constantes atrasos nos horários de saída dos trens. A Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, presidida pela deputada Cidinha Campos (PDT), foi a responsável pela impetração da ação civil coletiva, em junho de 2011.

Na ação, a comissão pediu à Justiça que obrigasse a SuperVia a prestar seus serviços nos moldes oferecidos nos dias 22 e 23 de maio do ano passado. Nesses dois dias, a empresa criou um serviço diferenciado para espectadores que se deslocavam até o Estádio João Havelange, no Engenho de Dentro, a fim de ver o show do cantor Paul McCartney. Em setembro, a 4ª Vara de Fazenda Pública concedeu uma liminar determinando a multa de R$ 20 mil para cada seis atrasos por dia. Houve recurso da empresa, negado pela 20ª Câmara Cível. Ontem, o valor da dívida total foi estabelecido. A Supervia prometeu recorrer da decisão.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

E ainda restam lembranças...

O "Conspiração Democrática" tem sido tratado com certo desleixo por este humilde escriba...
Também, escrever para quê? Para quem? E por que?
Mas aí eu recebo dois e-mails diferenciados.
O primeiro de um amigo que compartilha comigo sua sensibilidade, relembrando o discurso de uma menina durante o Encontro sobre Meio Ambiente realizado no Rio de Janeiro. Foram seis minutos de uma lucidez cortante, crítica e desesperançada, infelizmente para um auditório esvaziado. Mas valeu, porque encheu meu coração de um alento que às vezes penso que se perdeu...
O segundo da filha de um amigo que não vejo há tempos e que me remeteu ao seu blog, bem construído sobre viagens e encontros, lembrando-me (quanta contradição) de todos os meus desencontros, principalmente de amigos que se perderam no espaço-tempo de uma trajetória em que as únicas medalhas que obtive estão ocultas nos meus ralos cabelos brancos.
Os dois me fizeram sorrir, porque há muito tempo não me levo tão a sério a ponto de acreditar nas minhas dores, mas continuo a preservar, em segredo, sonhos não realizados renovados por novos sonhos que vão se modificar em breve para que meu coração resista e se abra a novos sonhos que (quem sabe?) eu possa viver?

Arquivo do blog

O guardião do espaço...

O guardião do espaço...
No meu local de trabalho num dos raros momentos de calmaria. O clik é do companheiro Claudionor Santana

Quem sou eu

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Jornalista e escritor, com passagens por jornais como Última Hora, Jornal do Commercio, O Dia e O Globo, atualmente sou Assessor de Comunicação do Sintergia (Sindicato que representa os trabalhadores do Setor Elétrico do Rio de Janeiro).