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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A bola fora de Dunga

O futebol sempre foi reconhecido por sua criatividade e ginga. A seleção de Dunga, ao contrário, é a demonstração mais clara de que hoje todo mundo joga igual: muita marcação quando não se tem a posse da bola, incluindo-se aí os atacantes.

Com isso, sobra muito pouco espaço para a criatividade. E quando se assiste aos jogos da seleção, vê-se claramente que o time não tem esquema, ninguém sabe o que fazer da bola, mas todo mundo sabe o que Dunga quer: marcar!

E para atender ao mestre colocado no posto pelo todo poderoso presidente da CBF, Ricardo Teixeira, Robinho marca, Kaká Marca, Ronaldinho Gaúcho tem de marcar, e, obviamente, todo mundo tem de marcar.

Mas não ta faltando uma coisa? Quem cria nesta seleção de Dunga?

O meio de campo dos últimos jogos — Elano, Gilberto Silva e Josué — é de matar. Kaká e Robinho bem que tentam, mas a bola volta quadrada. Na frente, Jô foi mais um poste a ser ultrapassado.

Dunga tem uma trajetória como jogador que deve ser respeitada. Mas sua participação como treinador é a antítese do futebol brasileiro: sem criatividade, sem ginga, sem alma e sem motivação.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O Rio de Janeiro merece mais

As eleições de 5 de outubro de 2008 ficarão marcadas pelo recado que o povo deixou nas urnas. Ficou claro que a população não aceita as opções oferecidas pelos partidos. A votação obtida por Gabeira deve-se em parte à rejeição a Crivella e também ao espírito irônico do carioca que preferiu confrontar a pourraloquice à mesmice do que ter de optar no segundo turno entre o nada e o vazio.

Louve-se o espírito guerreiro de Alexandre Molon, que, num primeiro momento, resistiu ao rompimento da aliança costurada com o PMDB para mais tarde ainda encontrar forças para superar o fogo amigo do PT de onde vinham as mais estapafúrdias sugestões de alianças sem nenhum conteúdo programático em nome de uma unidade externa que não se conseguiu internamente.

Alexandre Molon pode ter uma trajetória brilhante dentro do PT. Mostrou determinação e seguiu em frente mesmo quando o partido patinava num mar de indecisões vindas de Brasília, de São Paulo e de lugares nunca dantes navegados.

Espero que Molon tenha a humildade que faltou a outros integrantes do PT que confundiram a votação que obtiveram no plano individual com a visibilidade que ganharam ao concorrer a cargos majoritários.

Em alguns casos, o fato de tangenciar o poder subiu à cabeça e o antes militante e eventual postulante a um cargo no Executivo transmudou-se numa entidade à parte, com compromissos particulares, e objetivos obscuros que passam ao largo do projeto defendido pelo PT.

Em outros, o nome superou o personagem, que já não consegue pensar coletivamente e não vislumbra o papel que teria de desempenhar para tirar o PT de um papel secundário na Câmara Municipal do Rio, nem dar ao candidato ao cargo majoritário do partido mais que parcos 4% ou um pouco mais.

E o pior é que as eleições de 2008 comprovaram que o problema não é, simplesmente, a troca de nome do candidato. O PT do Rio tem de pensar 2012 sem esquecer 2010, quando viveremos a transição das primeiras eleições sem Lula candidato.

A crise mundial que se instalou a partir do governo intervencionista e armamentista de Bush nos EUA pode influir no panorama de 2010, mas o maior problema será livrar o PT do rol de alianças que teve de fazer em nome da governabilidade de Lula.

Vivenciamos isso em 2008 e enquanto presenciávamos um partido impedido de capitalizar o desempenho pessoal de Lula em nome das tais alianças, víamos o governador Sérgio Cabral escancarar apoios (em todos os sentidos) aos candidatos do PMDB.

Não dá pra pensar no futuro do PT do Rio de Janeiro sem fazer uma análise profunda sobre o preço que pagamos em nome das alianças que possibilitaram a governabilidade de Lula e catapultaram sua popularidade a números jamais vistos na história deste País.

Em 2008, o PT do Rio não fez o dever de casa. Não teve um plano de governo porque não fez uma análise de conjuntura anterior, como deveria. Fez uma aliança temerária com o PMDB de Cabral sem considerar que o PMDB é uma colcha de retalhos com muitos fios soltos e algumas agulhas perdidas entre as costuras.

O quociente eleitoral do PT no Rio contraria os números por todo o País e isso, por si só, já merece uma reflexão.

Em respeito ao povo do Rio de Janeiro, a sua militância e a sua trajetória, o PT tem de oferecer as alternativas que o carioca merece.

O guardião do espaço...

O guardião do espaço...
No meu local de trabalho num dos raros momentos de calmaria. O clik é do companheiro Claudionor Santana

Quem sou eu

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Jornalista e escritor, com passagens por jornais como Última Hora, Jornal do Commercio, O Dia e O Globo, atualmente sou Assessor de Comunicação do Sintergia (Sindicato que representa os trabalhadores do Setor Elétrico do Rio de Janeiro).