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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O primeiro punido do Mensalão de Brasília

Reproduzo a matéria abaixo porque, mais que o desabafo de um pai, trata-se de um atentado contra a livre manifestação (e pacífica) popular, diante dos desmandos dos Democratas (ex-PFL) e tucanos:

O primeiro punido

Quarta feira, ato contra a corrupção.
Logo de manhã, minha família e eu, indignados e revoltados contra o maior escândalo político de toda a história do Distrito Federal, nos preparamos para pacificamente protestar contra o “suposto” roubo de dinheiro do povo. Fizemos cartazes e fomos todos à Praça do Buriti. Lá escutávamos dos oradores que organizaram o ato:
– O governador, as secretarias de governo, a Câmara Legislativa, o Tribunal de Justiça do DF, o Tribunal de Contas do DF, toda a esfera de poder do DF está dominada e contaminada pela corrupção.
Enquanto os discursos terminavam, todos os jovens, boa parte dos sindica listas e cidadãos, abandonaram os oradores e decidiram paralisar o trânsito. Distribuíam panfletos e adesivos para os carros quando centenas de policiais, depois de muito empurra-empurra, reabriram o trânsito. Os manifestantes correram para o outro lado da pista e paralisaram novamente o trânsito. Aí foi a hora de a cavalaria intervir. Em posição de ataque, foram para cima dos que faziam o protesto, pisoteando e ferindo muitas pessoas. Em seguida vieram os policiais do Bope, lançando estrondosas bombas de gás lacrimogêneo e partindo para cima dos manifestantes, distribuindo fartamente cacetadas e chutes. A massa ali presente se dispersou pelo canteiro central.
Reuni minha família e disse: – A corrupção ganhou a guerra contra os desarmados. Vamos embora.
Estávamos voltando para pegar o carro quando o meu filho mais velho, José Ricardo, se aproximou de um aglomerado de umas 10 pessoas, que questionavam os comandantes da operaçã o. Perguntavam o porquê de tanta violência e, em específico, estavam revoltadas com o pisoteio de uma mulher pela cavalaria. José Ricardo se manifestou:
— Ato covarde. Um policial militar ensandecido voou para cima de José rasgando-lhe a camisa e esmurrando-o. Detalhe: o PM ensandecido é o coronel Silva Filho, comandante responsável pela tranquilidade durante o ato. Imobilizaram, algemaram e entregaram José a uma dúzia de policiais do Bope. A partir daí os atos de brutalidade, selvageria e humilhação se sucederam: socos, tapas, chutes, cacetadas, até ser jogado violentamente no camburão. Enquanto cidadãos e jornalistas filmavam a cena, policiais do Bope atiraram nos pés dos cinegrafistas para impedir o registro do covarde espancamento (vejam vídeo: http://vimeo.com/8087713). Já no camburão José escutou pelo rádio do carro da PM que o motorista era o sargento Cássio. José perguntou:
— Por que estou preso? Não agredi ni nguém, não sou bandido, não sou corrupto.
Cássio: — Cala a boca, moleque! Se eu te encontrar algum dia por aí, eu te assassino.
Com este episódio ficou bastante claro para mim que, no exercício de 24 anos de democracia, não conseguimos minimamente mudar a cultura da arbitrariedade, da brutalidade e da violência da nossa polícia. Uma cultura consolidada nos 21 anos de ditadura militar. É um sentimento altamente frustrante e desanimador.
Fomos informados que José tinha sido levado para a 2ªDP (Asa Norte) e fomos para lá. Como ali não estava, fomos para a 5ªDP (Setor Central), onde um policial civil consultou todas as delegacias e nada do meu filho. Entramos em pânico e acionamos senadores, deputados, instituições dos direitos humanos. José foi detido em torno das 13h e só apareceu na 5ª DP às 16h15. Ficou esse tempo todo algemado dentro de um camburão que fazia pequenos deslocamentos, sem água e sem alimento.
Encontrei meu filho dentro da delegacia, sem camisa e com dores. Com escoriações no pescoço, nas costas, nos braços e com dores na costela e na boca do estômago, devido aos socos sofridos. Mas ele estava de cabeça erguida e altivo. Relatou todos estes fatos em seu depoimento e olhou de frente e nos olhos de seus algozes, que estavam também na delegacia. Ao anoitecer saímos da 5ªDP e fomos para o IML e depois ao tribunal que julgaria as representações que José fez contra a violência que sofreu por parte da PM do Distrito Federal. Na representação foram anexados vídeos, fotos e depoimentos de várias testemunhas que presenciaram a brutalidade contra ele. Em torno da meia-noite o juiz entendeu que havia necessidade de ouvir melhor os policiais, pois seus depoimentos estavam muito sucintos, e determinou o retorno do processo à 5ª DP.
José Ricardo foi punido. Foi agredido violentamente e só depois foi dada a ordem de prisão. Aplicaram uma pena (ou tortura?) a ele: prisão em um camburão, abafado e quente, por mais de três horas. Ameaçaram-no de morte.
De todo o megaescândalo da corrupção no DF, só comparável ao “Fora Collor”, já temos o primeiro punido. Vamos aguardar com muita ansiedade o próximo a ser punido.
Rubem Fonseca Filho, pai de José Ricardo Fonseca
Fonte: Correio Braziliense

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ALERJ confronta Cabral

Projetos vetados pelo Governador Sérgio Cabral foram aprovados pelos deputados recentemente e dão uma pequena mostra da atuação de nossos parlamentares. Leiam e tirem suas próprias conclusões:

Embalagens individuais para cartões telefônicos – Os deputados derrubaram o veto do Governador Sérgio Cabral ao projeto da brava deputada Beatriz Santos (PRB) que torna obrigatória a venda de cartões de telefônicos para orelhões em embalagens individuais. Segundo a deputada, isto impede que os cartões contenham o número de créditos anunciado.
Uniformes politicamente corretos – Desta vez, trata-se de projeto conjunto dos deputados Geraldo Moreira (PTN) e Inês Pandeló (PT) com o propósito de impedir que postos de gasolina e demais estabelecimentos de impor a seus funcionários o uso de uniformes que exponham seus corpos. Segundo Inês Pandeló a medida busca desestimular a "mercantilização do corpo da mulher".
TVs a cabo têm de mostrar endereço – Este é o projeto do peemedebista Dica que afirma que a medida favorece os consumidores, que passam a ter mais um meio de comunicação com as empresas que atualmente só disponibilizam os números de seus telefones. Segundo o projeto, as empresas terão que disponibilizar seus endereços nos boletos de cobrança pelo serviço. Em caso de descumprimento a empresa paga multa no valor de mil Ufirs a ser revertida para o Fundo Especial de Apoio a Programas de Proteção e Defesa do Consumidor (Feprocon). Nos casos de reincidência o valor será duplicado. O projeto também autoriza a rescisão unilateral do contrato no caso de descumprimento da determinação.
Contas de luz vão informar direitos dos consumidores – Pois é, receberão nas faturas mensais das contas de luz informações sobre o direito à indenização por danos elétricos causados por falta de energia ou mudança da tensão. Segundo o autor da proposta, deputado Rodrigo Neves (PT), a norma permitirá a ampla divulgação do benefício, o que aumentará o alcance do direito. "A possibilidade de pleitear o ressarcimento por danos causados em seus equipamentos minimiza os prejuízos causados e garante a maior eficiência por parte das concessionárias, considerando que o aumento no pagamento de indenizações fará com que as empresas tenham mais cautela na prestação dos serviços", prevê Neves.
De acordo com a proposta, os anúncios deverão ser padronizados, com o seguinte texto: "O consumidor de energia elétrica tem direito a receber indenização ou conserto de seus aparelhos elétricos danificados por falta de energia elétrica, queda ou aumento da tensão da mesma. Em caso de dúvidas ligar para 144 (Aneel) ou 0800 2827060 (Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj)".

E agora Cabral?
Todos estes projetos haviam sido vetados pelo Governador Sérgio Cabral, que agora terá dois dias para promulgá-los. Caso não o faça, ela retorna à Casa para promulgação por seu presidente, deputado Jorge Picciani (PMDB).

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Grêmio desmoraliza pontos corridos

Bastaram 90 minutos para que o Grêmio soterrasse minha crença de que um campeonato por pontos corridos seria a forma mais justa de se consagrar um campeão.
Num país marcado pela corrupção e impunidade, o Grêmio apegou-se à rivalidade com o Internacional para escalar oito jogadores reservas no jogo contra o Flamengo, que era vital para determinar quem seria o campeão de 2009.
Vale destacar que também havia outros interessados no resultado do jogo. O Flamengo estava em primeiro com dois pontos de vantagem para Palmeiras, Internacional e São Paulo. Se perdesse e um dos três vencesse, seria ultrapassado. Se empatasse, só poderia ser ultrapassado pelo Internacional, que tinha maior número de vitórias (primeiro critério para definir o campeão no caso de dois ou mais times empatarem em número de pontos).
Depois dessa, junto-me àqueles que defendem um torneio envolvendo os oito melhores colocados para definir o campeão.
No Brasill (o Grêmio provou!) pontos corridos não dá certo.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Hoje é o Dia Nacional do Samba

Quem quiser pode vir...
Basta vontade. Samba não precisa de instrumento, pois nasceu sob a pressão dos senhores de engenho, camuflando-se sob o toque das palmas das mãos ou dos corpos, sob a cadência do coração.
O Samba enfrentou preconceitos, repressão e ataques de uma mídia comprometida com modismos, mas permanece!
Como diz mestre Paulinho da Viola “Há muito tempo eu escuto esse papo furado dizendo que o Samba acabou/Só se foi quando o dia clareou...”
A bênção aos mestres Cartola, Ismael Silva, Ataulfo Alves, Xangô da Mangueira, Carlos Cachaça e Nélsos Cavaquinho. É claro que outros nomes podem ser incluídos a esta lista, mas o que importa é lembrar que 2 de dezembro é o Dia Nacional do Samba.
Em meio às homenagens e aos eventos em comemoração ao dia, fica aqui nesse cantinho do http://conspiracaodemocratica.blogspot.com o registro de uma data que representa a resistência da cultura e da história do povo brasileiro.
Que quiser pode vir... A gente faz samba o ano inteiro.

O guardião do espaço...

O guardião do espaço...
No meu local de trabalho num dos raros momentos de calmaria. O clik é do companheiro Claudionor Santana

Quem sou eu

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Jornalista e escritor, com passagens por jornais como Última Hora, Jornal do Commercio, O Dia e O Globo, atualmente sou Assessor de Comunicação do Sintergia (Sindicato que representa os trabalhadores do Setor Elétrico do Rio de Janeiro).