Bem-vindo

Você está em "Conspiração Democrática", o único blog que não censura as postagens de seus seguidores na Internet.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A ditadura midiática apoiada pelo STF e o Congresso

Foram anos de luta até conquistarmos a Constituição de 1988 e com ela a volta das eleições diretas e o direito sagrado do povo escolher seus representantes. Mesmo assim, tivemos que engolir a eleição indireta de Tancredo e, pior, a sua substituição por José Sarney, que ao negociar com o Congresso de então a extensão de seu mandato por mais um ano, traçou o mapa das comunicações no Brasil, "doando" ao PMDB a primazia de rádios e TVs por todo o Brasil, o que explica que este partido mantenha por anos a maior bancada do Congresso. Mas o trato de "compadres" foi mantido até que Lula foi eleito e com ele a idéia fixa de erradicar a fome em nosso país e tirar mais de 30 milhões da linha abaixo da pobreza, em outros termos, da miséria. A partir daí, os ex-senhores de escravos, latifundiários e empresários das benesses estatais começaram a tramar uma maneira de tirar Lula do Poder e, com a eleição e reeleição de Dilma Roussef, de ferir o PT de morte, impedindo, a qualquer preço, uma possível volta de Lula ao Poder. Apesar da resistência da sociedade, que com atos, passeatas, ocupação de escolas e ação pelas redes sociais, a mídia, o Congresso e até o STF se aliaram contra o povo e estão impondo uma ditadura que já ultrapassou as mentiras de jornais, rádios e TVs até chegar à truculência contra alunos que lutam por uma Educação de qualidade enquanto Eduardo Cunha foi conduzido "carinhosamente" pela polícia. Somos um País ávido por crescimento, enquanto aquela "coisa" com a faixa presidencial trama o congelamento dos investimento em Educação e Saúde pelos próximos 20 anos. E esse "coisa" fala sério, julga-se um estadista e arrasta o país à galhofa mundial, precedido por José Serra, que não se cansa de expor o País ao escárnio por onde passa. Em pouco tempo no Planalto, esse "coisa" com seu ministério formado por um monte de gente com contas a ajustar na Justiça fizeram o País retroceder décadas e o povo, mais uma vez, vai pagar a conta, por atos de um bando de desajustados que estão entregando o País para os EUA, traindo a Pátria e seus compatriotas.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

É matar ou morrer

Por Alberto Dines O brasileiro acordou num país mais azul, sem zonas vermelhas, que ecoa até hoje o silêncio do povo nas urnas , a maior abstenção desde 1996. Um país que se reinventa sob uma nova direção que só promete espinhos na reformulação econômica. Nem dá para chiar porque o inverso seria o caos. É matar ou morrer , aguentar ou correr, adaptar ou berrar no vazio . Acordamos noutro Brasil , este país varreu a mão que embalava o berço , só que em direção ao precipício. Ganhou punhos de ferro como alternativa e só pode apostar que em quatro, cinco anos , a estratégia vai dar certo. Nada explica a rejeição de 65% de Temer pelos brasileiros , já que o contrário levaria ao padrão falido da economia venezuelana. E Temer diz que nem liga para índices de popularidade porque, segundo ele , não é candidato a reeleição. Está mais preocupado em passar no plenário a PEC que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos. João Doria vai encolher as ciclovias de Fernando Haddad sobre as calçadas de São Paulo, e privatizar alguns símbolos da cidade, o estádio do Pacaembu, o autódromo de Interlagos e o sambódromo junto com o Parque do Anhembi. Garante que vai arrecadar R$ 7 bilhões a serem encaminhados para Saúde e Educação. Já lançou o presidente do PSDB para 2018, o governador Geraldo Alckmin, seu padrinho. Como dizia o slogan de sua campanha, o João é trabalhador e quer repetir a façanha do prefeito milionário que governou Nova York entre 2002 e 2013, Michael Bloomberg. A torcer para dar certo na vida real as promessas feitas por quem fez a carreira na TV apresentando um “reality show”. O PSDB elegeu 46% dos seus candidatos a prefeito , sinal de que o banco traseiro ocupado pelo PT e o PMDB vai ficar quase vazio. A cúpula dissidente do PSDB foi a que mais cresceu num partido rachado e tenta se reunificar. Enquanto Alckmin quer aumentar sua influência , o presidente do partido Aécio Neves – que viu sua carreira presidencial ameaçada com a ascensão do recém-chegado João trabalhador – admite o racha , dilui o efeito Doria e tenta passar a impressão de que o mérito da guinada foi dele. Fica clara a falácia dos partidos, a desconfiança aos políticos, a revolta surda da população que permanecerá apática nas próximas semanas à espera do que está por vir . A incógnita carioca Agora os olhos se voltam para a disputa dos Marcelos no Rio, Crivella e Freixo. Sem paciência para ideologias como aconteceu em São Paulo – onde até a periferia castigou a esquerda e elegeu o que a cidade chama de ” mauricinho” contra o descontraído Haddad – o brasileiro aguarda o segundo turno das eleições no Rio de Janeiro, no próximo dia 30. O economista carioca Sergio Besserman tem razão quando diz que Doria nunca seria eleito no Rio de Janeiro que é o avesso de São Paulo, detesta formalidades e as griffes do prefeito paulista eleito. Mas qual será a cara do Rio com o novo prefeito? O Rio , se o PSOL de Freixo vencer, pode ser uma saída para a minguada esquerda brasileira depois do duelo com o partido da Igreja Universal do Reino de Deus. Sem perder tempo , Freixo se aproxima dos líderes religiosos. Será um segundo round animado, já que ambos buscam neste meio tempo apoios contra e a favor do Planalto . As esperanças estão depositadas nos votos cariocas da centro-direita, laica ou não. Freixo, que com minguados 11 segundos de TV derrotou o PMDB de Eduardo Paes, Pezão e Sergio Cabral, pode dar um ao PT embora o PSOL não se equipare ao partido de Lula. Agora Freixo terá 20 minutos no ar. Freixo foi afetado em cheio pela decisão do TSF garantindo que condenados em segunda instância podem ir para a cadeia , o que torna Lula preso em potencial pelo Lava Jato, além de investigado em outros três processos. A decisão arrasta parte do poder do governo Lula-Dilma. O resultado veio rápido. Apareceu na última pesquisa DataFolha, Crivella na frente com 44% dos votos, contra 27% de Freixo, que vai cair de boca nos 18% de votos nulos e brancos, e nos 10% de eleitores que não responderam. Dá para perceber que o Rio segue a norma eleitoral, no primeiro turno o eleitor escolhe, no segundo, rejeita. Agora depende dos votos dos conservadores contra os não conservadores. Enquanto caçam os votos úteis -e os inúteis, anulados – Crivella finge se descolar da Igreja do bispo Macedo e de Garotinho , e ameaça dar ao Rio o governo da vitória da religião num evidente vale tudo da desacreditada política nacional.

Giro à direita no Brasil. Por quanto tempo?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog: O prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella, resumiu sua vitória como um sonoro “não” da cidade tida como mais progressista do Brasil às bandeiras do aborto, da legalização das drogas e do ensino sobre diversidade sexual nas escolas. Ele de fato as combateu, mas não foram estas as bandeiras centrais de seu adversário Marcelo Freixo, do PSOL, no segundo turno. O que sua vitória simboliza é a conclusão da guinada do Brasil à direita, num giro sem precedentes depois da redemocratização, e que no primeiro turno teve na vitória de João Dória em São Paulo seu sinal mais eloquente. Não só dos caminhos que a esquerda seguir para se recuperar do tombo dependerá a duração deste ciclo, em que o Brasil será um país bem diferente. A partir de janeiro a direita estará governando o país e a maioria dos municípios, e de seus resultados dependerá a duração deste ciclo. A vitória de Crivella é ainda mais expressiva do giro conservador porque não expressa apenas a força de uma direita ideológica, amiga do mercado e hostil ao Estado, chegada a privatizações e à ortodoxia fiscal. Crivella é a expressão da força crescente das religiões evangélicas para além dos templos. É expressão do conservantismo moral que demoniza a diversidade do comportamento humano em diferentes aspectos, estigmatizando como pecadores e aliados do capeta os que não comungam de seus mandamentos. “Chora capeta”, foi como o pastor Silas Malafaia festejou a vitória de Crivella. Capeta são todos os outros, todos os derrotados, e especialmente, nas palavras dele, os “esquerdopatas”. A Igreja Universal controla a segunda maior rede de televisão e as outras ramificações dominam quase todos os canais abertos a partir de certa hora da noite. É só zapear e lá estão os pastores das seitas que alugam horários nas outras emissoras para suas pregações. Fortalecida pela vitória de Crivella, a direita moralista retomará os projetos que vinha tocando no Congresso, que incluem o fim da autorização do aborto em casos excepcionais, a rejeição de medidas contra a homofobia e de propostas de políticas alternativas sobre drogas. E ainda o avanço do projeto “escola sem partido”, que já teve uma primeira acolhida na reforma do segundo grau do governo Temer, ao tornar opcionais matérias que levam à formação crítica dos alunos, como filosofia e sociologia. Mas a direita, assim como a esquerda, tem matizes diversos e todas eles colorem o novo mapa ideológico do Brasil. No segundo turno, para ficar só em capitais importantes, ela venceu em Porto Alegre com Marchezan Júnior, filho de um líder do PDS na ditadura militar; com um “out sider” adepto da antipolítica em Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PHS; com a eleição em Curitiba de Rafael Greca, aquele que declarou tem tido vômitos após carregar um pobre em seu carro. No primeiro turno, além da vitória de Doria na capital paulista, o mais votado foi ACM Neto em Salvador. Onde foi que isso começou? Foi com a destruição moral do PT pela Lava Jato ou pela crise econômica que, originária do final do boom das commodities, foi inteiramente debitada a erros de gestão do governo Dilma? Ou foram as duas coisas? Se apenas o PT tivesse sido surrado nas urnas como foi, o eleitorado estaria apenas usando o voto como castigo contra quem considera culpado. Mas toda a esquerda saiu derrotada, inclusive sua maior promessa neste pleito, Marcelo Freixo no Rio. A Rede mostrou que a nada veio, o PDT cresceu um pouquinho, o PCdoB foi castigado por sua aliança histórica com o PT. O PSB já atravessou o rubicão. O vento da direita não é apenas brasileiro, é continental, se não global. Ele sopra em toda a vizinhança onde os governos de centro-esquerda, no tempo das vacas gordas, acharam que bastava garantir o consumo e a renda para fidelizar o apoio das classes populares. Não ousou fazer reformas no sistema político e tributário, não ousou regular a mídia (exceto na Argentina) nem disciplinar os capitais nômades. E, sobretudo, desprezou a necessidade de educar politicamente o povo, que na primeira adversidade lhes voltou as costas. Quanto tempo vai durar? Vai depender de como o PT conseguirá se reinventar, de como ele e os outros partidos de esquerda vão se relacionar com vistas ao futuro. Está claro que sem alguma unidade será mais difícil vencer o cerco. Mas a duração do retrocesso dependerá, sobretudo, de quais serão os impactos destas administrações conservadoras sobre a vida real dos brasileiros. No governo do pais, está cada dia mais claro que a gestão Temer trará sacrifícios e não bonança. A dureza não será passageira, está prometida para 20 anos. O congelamento do gasto público diz que ninguém deve esperar do governo federal “bondades” como as dos governos petistas, que teriam custado caro. Mas as prefeituras estão bem mais perto dos cidadãos, que a elas se apegam mais na solução dos problemas imediatos. Estão todas falidas e esperando algum socorro do governo federal, que não virá. Até onde a vista alcança, serão administrações de poucos resultados ou então serão irresponsáveis, o que levará a um descalabro ainda maior. É sobre estes resultados, e avaliando corretamente as razões da derrota, que a esquerda deve se preparar para o novo tempo.

O guardião do espaço...

O guardião do espaço...
No meu local de trabalho num dos raros momentos de calmaria. O clik é do companheiro Claudionor Santana

Quem sou eu

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Jornalista e escritor, com passagens por jornais como Última Hora, Jornal do Commercio, O Dia e O Globo, atualmente sou Assessor de Comunicação do Sintergia (Sindicato que representa os trabalhadores do Setor Elétrico do Rio de Janeiro).