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segunda-feira, 30 de julho de 2007

Bom dia, coerência!

O ápice do açodamento do noticiário em torno do acidente do vôo 3054 da TAM foi, sem dúvida, o comentário de Alexandre Garcia no "Bom dia, Brasil" desta segunda-feira (30 de julho de 2007). Arauto das intenções de seus patrões, à certa altura de seu comentário diário Garcia afirmou que seria "armação" qualquer tentativa de se culpar um cadáver (no caso o piloto) pelo acidente.
Ou seja, de que valem organismos internacionais, agências reguladoras, técnicos especializados, a Aeronáutica brasileira e, por fim, a Justiça se a Globo já havia determinado que "a culpa é do Governo".
Notem que a utilização do termo "cadáver" tem conotação meramente "espetaculativa", corroborando o tom apelativo dado ao caso desde o seu início.
Aliás, foi lamentável e fracassada a tentativa de deslocar William Bonner para o local do desastre. Mero locutor, Bonner não tem o menor cacoete para âncora e teve atuação patética durante a cobertura do acidente, tentando induzir o telespectador da Globo a engolir a versão da emissora que paga os seus salários.
Ao contrário de sua esposa (utilizada como repórter pela Globo principalmente em eventos esportivos) faltam a Bonner o jogo de cintura e o senso investigativo de um repórter e, ainda mais sensível, a vontade política de atuar como âncora.
Bonner é um viciado no jogo de cena que lhe propiciam os técnicos da Globo com a superposição de imagens ao noticiário adredemente preparado por ele e sua esposa diariamente no "Jornal Nacional".
O jogo de imagens proporcionado pela técnica que dão a Bonner (e a seus telespectadores) a sensação de movimento, saem de cena quando ele é deslocado da redação e fica sem o aparato tecnológico que mascara suas deficiências.
Pobre Bonner. Ficou mal na fita!
Não basta manipular imagens para mascarar a verdade. Até porque outras emissoras também têm as mesmas imagens e também podem manipulá-las a seu bel prazer.
Enquanto isso, os telespectadores são confundidos entre a imagem real, a imagem editada e a imagem transformada por um arsenal cada vez mais sofisticado da televisão.
Falta à TV aberta a opção de um jornal coerente porque as opções de hoje à Globo são justamente os que saíram da Vênus Platinada. Carlos Nascimento no SBT e Marcelo Rezende na Rede TV!.
É pena que o telespectador não tenha o direito de optar.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Um menino, uma pistola e minha insignificância...

Tenho um colega de trabalho que mora numa comunidade carente (eufemismo para favela)... Dia desses fui visitá-lo (ele garantiu que o local era calmo). Na entrada, perguntei pela rua em que ele morava e informação recolhida, dirigi-me a passos largos para lá. De repente, ao dobrar uma esquina, dei de cara com dois caras portando armas poderosas (desculpem a ignorância mas não sei distingüir fuzil de metralhadora nem esta de AR 15) e fiquei entre chocado, espantado e abobalhado com o porte de um deles, que tinha cerca de 12 anos, magro, raquítico e empunhava a arma na mão direita, uma garrafa de Coca na outra ao mesmo tempo em que fazia embaixadas com uma bola oficial de Penalty. De repente, perdeu o controle da bola que veio em minha direção (a rua é em declive). Eu na minha ia deixar passar quando ouvi a voz de criança: "Pega aí, tio". Travei a bola, fiz duas embaixadinhas (eu sou do ramo) e devolvi a bola com um certo efeito pra sacanear o cara. Não deu outra, quando ele tentou dominar, a bola escapou-lhe e a criança falou mais alto. Deixou de lado a arma, correu atrás da bola, dominou-a, fez duas embaixadinhas também e mandou pra mim, com mais efeito ainda. Já disse que sou do ramo e não dei mole. Matei a bola, fiz diversas embaixadinhas e devolvi-lhe a bola, dessa vez com açúcar e com afeto. O moleque riu e perguntou: "Vai pra onde?". Dei o endereço e ele disse: "É longe paca!" Ato contínuo, ordenou a um motoboy que passava pelo local: "Leva o coroa na casa de fulano e vai devagar que o cara é maneiro!" Eu ganhara um amigo. Quando eu montei na moto, ele se despediu assim: "Qualquer problema, diz que tá com o Teco"... Ao me afastar, vi que ele havia retomado a arma. O menino se fora, voltara o traficante e pensei que esse menino só quer jogar bola, mas que nossa sociedade doente deu-lhe como alternativa de sobrevivência uma AR 15 (ou sei lá que nome tinha aquela enorme arma de poder letal). Nunca mais voltei à favela, onde sou amigo do Teco, que resgatou em mim, por segundos, o menino que um dia fui.

As vaias do Pan

A satisfação com que Bóris Casoy e William Bonner anunciaram as vaias contra o presidente Lula deram filhotes. Sem dúvidas, esse é o PAN das vaias.Vaia-se americanos, argentinos e cubanos sem nenhuma cerimônia.Houve até um caso mais grave, quando uma judoca brasileira perdeu a final para uma cubana, em que a platéia atirou tudo o que pôde no tatame e sobre os jurados, que tiveram de se retirar. Enquanto a mídia mentirosa tece loas ao "melhor" desempenho do Brasil em um Pan, a verdade é varrida sob o tapete, porque algumas delegações não trouxeram seus principais valores.Como nas eleições e em assuntos de interesse nacional, também no esporte a grande imprensa presta um desserviço a todos nós.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Fontes de Poder

Existe um limite tênue entre a informação e a deformação das notícias. E o maior exemplo disso foi dado pela TV Globo na última quinta-feira, dia 19 de julho. Ao flagrar o Assessor Especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, "comemorando" a divulgação da notícia de que o avião da TAM que causou a maior tragédia da história da aviação brasileira tinha problemas mecânicos, William Bonner automaticamente "intuiu" que ele "comemorava" o fato porque a partir daí diluiam-se as notícias que culpavam o Governo (sua omissão ou ação equivocada segundo essa mesma imprensa) pela ocorrência.
Ilações, meu caro Bonner, ilações. Interpretar um gesto, por si só, é tarefa das mais difíceis. Tanto que até hoje povoam o imaginário de milhões de pessoas mundo afora os prováveis significados daquele soco no ar de Pelé ao comemorar seus mais de mil gols. O que significaria aquele soco?
O toc toc toc de Garcia, sem dúvida, foi de alívio. Agora, daí a afirmar-se categoricamente que ele tripudiava sobre a dor dos familiares das mais de 200 vítimas do acidente vai uma distância abissal. A partir daí, caro Bonner, configura-se um direcionamento da "notícia interpretativa" que beira os limites do desvario.
Desde o primeiro dia do Governo Lula, a imprensa se armou para detonar a ameaça que representaria o sucesso do Presidente Operário.
Lula é a única possibilidade, desde a instituição da República, neste País de se mostrar que mestrados, doutorados e títulos nobiliárquicos não dão a ninguém o direito de pensar pelo povo. E também de mostrar que o povo sabe o que quer. Sabe escolher. Sabe analisar. Sente no dia a dia quem governa para o povo, com o povo e pelo povo.
Por isso, caro Bonner, seu "jornalismo interpretativo" errou. Como erraram seus "patrões" em, mais uma vez, tentarem instituir de fora para dentro do Governo Lula a possibilidade de um golpismo latente, que não mede fronteiras e que tenta moldar, a seu bel prazer, leis criadas ao sabor de interesses inconfessáveis.
Não deu com o Mensalão? Criou-se os Sanguessugas. Não foi o suficiente, armou-se o escândalo do montículo de dinheiro. Perderam com a reeleição antes improvável? Armou-se o espetáculo das vaias na abertura do PAN. A popularidade de Lula continua alta? Tenta-se de forma desesperada culpabilizar o Governo por uma tragédia anunciada há anos pelo esgotamento de nossos aeroportos.
A imprensa brasileira tem hoje um índice de aceitação vergonhoso. O jornal mais vendido no País não ultrapassa 500 mil exemplares para uma população estimada de 190 milhões. A televisão aberta ainda é a única fonte de informação para milhões de brasileiros apequenados por salários aviltantes, mas o governo popular de Lula tem feito os eletrodomésticos caírem a níveis nunca dantes vistos e, por isso, hoje em praticamente todas as casas se vê um DVD que já é uma alternativa para a programação chata, repetitiva e mentirosa da TV.
O salário mínimo ultrapassou a marca dos 200 dólares. A baixa dos juros aumentou o consumo. A economia vai bem. A população de baixa renda vive o melhor momento dos últimos 30 anos.
A popularidade de Lula é uma ameaça à tentativa de "retomada" do Poder em 2010? Criem-se crises. Esta é a palavra de ordem, mesmo que para isso seja preciso desrespeitar as regras mais elementares do bom senso, da dignidade e da ética.
Essa sanha de se arranhar a imagem de Lula e do PT sepultou a verdade há muito tempo. Esses doutores ainda pensam que iludem o povo. Mas há muito tempo os maiores vendedores de CDs são justamente aqueles alcunhados de bregas por essa elite podre. Apesar de toda propaganda enganosa, o povo tem um modo peculiar de se vestir. De falar. De andar. De se comunicar. Impondo a essa mídia podre e sem nenhum compromisso com o País o reverso da medalha. Para fazer "sucesso" e valorizar seus espaços comerciais, a TV brasileira adota gírias do povão, apela cada vez mais para cenas de sexo e exposição de corpos nus. Os antes endeusados novelistas agora se vêem obrigados a dar a seus "personagens" o destino que os telespectadores querem ou arriscam-se a escrever para o vazio.
E sabem por quê?
Ninguém aguenta mais os Bonners da vida. Ninguém aguenta mais uma gente que caminha na contramão da história e tenta impor ao povo uma música que ele não quer ouvir, personagens que não têm semelhança com a nossa realidade e falsas crises que só tentam retomar o Poder para quem vendeu quase tudo neste País e tratou trabalhadores como marginais ou animais peçonhentos por muitos anos.
Essa gente nunca vai entender porque o povo ama tanto a Lula.
Porque essa gente ainda pensa que o Brasil tem que ser igual aos EUA ou aos velhos países da Europa, esgotados por si mesmos, envelhecidos, desesperançados e presos a um modelo econômico que sobrevive da exploração dos mais pobres para manter um padrão de vida que só existiu e só vai persistir até que se adote um modelo baseado na igualdade de oportunidades.
O Brasil do povo é o Brasil de Lula. De esperança no futuro porque nasceram de famílias em que a solidariedade é fundamental para que se sobreviva a um país injusto. E esse povo sabe que Lula é a única possibilidade desse quadro mudar.
A indignidade com que foi tratado o episódio do Marco Aurélio Garcia na sua intimidade denotam o desespero a que essa gente chegou.
A violência nas grandes cidades é resultado disso. De pessoas que há décadas mantêm o poder a qualquer custo e que têm demonstrado que podem tudo. Desrespeitar as leis. Mentir. Roubar. Difamar. E permanecerem ilesos, enquanto o povo luta dia a dia pela sobrevivência. Por isso, há muito existe no peito do povo um reprimido sentimento de revanche contra essa gente poderosa, indigna e imoral, que não relutou ontem e não reluta hoje em entregar o país a quem quer que seja, desde que lhe seja reservada uma parte.
Para manter o Poder, essa elite não titubeia em utilizar os cadáveres da tragédia do jato da TAM para desestabilizar um governo popular, que fez em pouco mais de quatro anos, o que não se fez nos últimos 40 pela população mais pobre deste País.

O guardião do espaço...

O guardião do espaço...
No meu local de trabalho num dos raros momentos de calmaria. O clik é do companheiro Claudionor Santana

Quem sou eu

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Jornalista e escritor, com passagens por jornais como Última Hora, Jornal do Commercio, O Dia e O Globo, atualmente sou Assessor de Comunicação do Sintergia (Sindicato que representa os trabalhadores do Setor Elétrico do Rio de Janeiro).