Quem gosta de futebol sabe que Romário foi um futebolista excepcional.
Quem defende uma justiça isenta, que profere absolvições e condenações baseada em fatos e não em status e posição social, não pode deixar de lamentar a atitude do juiz Antônio Aurélio Abi Ramia Duarte, que ordenou a prisão de Romário por 30 dias por falta de pagamento da pensão alimentícia dos filhos Moniquinha (no momento com 19 anos) e Romarinho (com 15).
Pelo que foi noticiado pela imprensa até agora, na verdade não se trata do não pagamento da pensão e, sim, do não pagamento dos juros por atraso.
Gostaria que vocês fizessem comigo uma digressão:
A pensão não é para os filhos?
A pensão não foi paga?
A diferença dos juros levou constrangimento a alguém?
O juiz não poderia ter dado um prazo para o pagamento dos juros?
Na 16ª DP, onde Romário passou a noite da última terça-feira (dia 14 de julho), havia mais dois homens presos também por atraso da pensão alimentícia.
O juiz conseguiu seu objetivo. Ficou sob os holofotes por momentos.
Mas se a pensão é para as crianças e, pelo que se sabe, elas estão bem, a quem interessa expor a imagem de um pai (ainda mais de alguém famoso) à devastação moral?
Alguém já se perguntou como se sentem Moniquinha e Romarinho?
A ex de Romário conseguiu sua vingança pessoal. Romário foi exposto publicamente.
Moniquinha e Romarinho não foram ouvidos e, pelo visto, ninguém se importa com os seus sentimentos.
A imprensa obteve mais audiência ou vendeu mais jornais e revistas e um juiz desconhecido teve o seu momento de fama.
Mais uma vez, fecha-se o pano.
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