Novelas, virgindade e celulares

Definitivamente, a grande imprensa brasileira aderiu à moda das novelas.
É a novela do Sarney. É a novela do Romário. É a novela do Diego Hypolito. Enfim, diariamente assistimos, lemos e ouvimos a criação ou continuação de novelas infindáveis que, na maioria, não dão em nada, mas deixam no ar um sentimento de desilusão com as instituições e incerteza em relação ao futuro.

Num mundo em permanente ebulição, não chegou a espantar o leilão promovido pela equatoriana Evelyn que mora em Valência, no sul da Espanha, e está anunciando pela Internet a venda do seu corpo para pagar o tratamento de saúde para sua mãe, segundo o jornal "El Mundo", que também afirma que apesar de o lance inicial ser de US$ 21 mil, ela já recebeu uma oferta de US$ 3,2 milhões, recusada porque o interessado queria manter o relacionamento após o primeiro ato sexual.

Enquanto a imprensa vive alardeando o grande número de celulares vendidos no Brasil, ontem um homem foi detido em São Cristóvão, no Rio, com 206 aparelhos de celular, sem as devidas notas fiscais e acabou detido na 17ª DP.
Por falar em celulares, no Rio é comum a venda de celulares no mercado, digamos, informal por preços ínfimos, que são desbloqueados em cada esquina. Ou seja, o único que perde nessa história é quem tem o celular roubado. O ladrão consegue revender a mercadoria; quem compra, na maioria das vezes, obtém um celular que não compraria no mercado legal; quem foi roubado tem que comprar um outro celular, gerando mais lucro para a empresa. E vida que segue sem que esse círculo vicioso tenha um fim.

Em tempos de vale tudo, fica aqui apenas um registro.
Quem quiser reflita. Quem não quiser, deixe ficar. Se alguma autoridade tomar conhecimento e quiser agir, melhor.
Mas tá difícil botar ordem nesse caos.