A beleza ultrajada e o País sem limites

Leio jornais diariamente por dever de ofício, afinal sou jornalista, mas na maioria das vezes me arrependo. Hoje, dia 3 de junho de 2011, as notícias oscilam entre o atentado ao pudor cometido por um homem de 66 anos pego num motel com uma menor de 13 (que despertou a desconfiança da mãe ao exibir no colégio inexplicáveis quantias de dinheiro) e a decisão do Conselho Monetário Nacional, que resolveu punir os clientes devido aos constantes assaltos a bancos com utilização de explosivos.
No primeiro caso, a hipocrisia brasileira falou mais alto. Por todo Brasil, a exploração sexual de menores é um fato. Em algumas regiões, o turismo sexual é explícito, com anúncios por vários meios da mídia, anunciando o que o turista pode escolher. Então, de repente, a Polícia resolve investir contra um cidadão com síndrome de Peter Pan, que resolve ter um caso com uma menina, digamos, livre demais para sua idade. O dito cidadão vai perder a família, entrar em cana e servir de "exemplo", enquanto inferninhos e termas espalhadas por todo o Brasil continuam atuando livres e soltas, sem que as autoridades tomem qualquer providência.
No caso dos assaltos a bancos, é incrível que as autoridades monetárias não cobrem dos bancos (que têm lucros biliardários) o aumento de sua segurança, passando para os correntistas o débito. Pois é, se você se descuidar e receber uma nota manchada de roxo, vai pagar a conta, porque a partir da decisão de ontem, estas notas perderam o valor.
Ah! A beleza ultrajada é o futebol praticado por um garoto de 19 anos chamado Neymar. A cada drible, a cada jogada encantadora, aumentam os pontapés contra ele, sob a omissão dos árbitros e de parte da imprensa esportiva, alguns proclamando que futebol é pra homem. A beleza também, caros machões.
Viva o futebol de Neymar!
Proteja-se a inocência de nossas meninas através de apoio às famílias, colégios decentes, salários dignos para os professores e um salário mínimo que evite a fuga de jovens de suas casas em busca de comida, ilusões (porque a fome, o frio e a promiscuidade de cortiços não abrigam sonhos) e aventuras sublimadas por ONG's que se multiplicam enquanto o número de menino de ruas aumenta.
A sociedade precisa se organizar e cobrar das autoridades medidas urgentes para acabar com o poder exercido pelos bancos contra a clientela que, agora, passa a assumir o ônus pelas perdas dos poderosos banqueiros com os assaltos com explosivos contra caixas eletrônicos.