O fim de Osama bin Laden aconteceu sem a pompa esperada de um combate transmitido ao vivo por redes de televisão ávidas por audiência. Longe disso, aconteceu na calada da noite, numa obscura operação de forças especiais norte-americanas que invadiram o território paquistanês.
A verdade é que Osama surpreendeu a todo o mundo. Tanto aos que o vislumbravam oculto em cavernas, quanto aos que o imaginavam treinando extremistas num invisível campo de capacitação terrorista.
Mas a morte de Osama deixa mais perguntas no ar do que quando ele estava vivo.
A mais contundente não aparece na grande imprensa, simplesmente porque não interessa aos Estados Unidos: por que homens altamente preparados mataram um Osama desarmado? A ordem do presidente Barack Obama não era para que ele fosse capturado?
A partir daí, surge um verdadeiro mapa de especulações que deve durar, pelo menos, até a reeleição de Obama para a Casa Branca. Depois disso, pode ser que partes da verdade sejam divulgadas aos poucos.
Morto ou vivo, Osama provou que os Estados Unidos não são invulneráveis como se pensava e integrou ao vocabulário mundial tanto seu nome como o da al-Qaeda, organização terrorista que vem se espalhando pelo mundo em progressão geométrica, porque os mandatários dos países ditos desenvolvidos não têm conseguido dar resposta aos anseios e temores de gerações de desempregados e excluídos que não vislumbram meios de sobrevivência digna.
Osama foi em vida a concretização do terror daqueles que estão relegados à desgraça do descaso e a vegetar em vida.
Morto, Osama pode se transformar num mito para aqueles que não têm como explicitar seu medo, revolta e indignação.
O verdadeiro terror é a fome e a indigência a que estão relegados milhões de seres humanos.
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