
Wilson Simonal é daqueles poucos cantores que tem um estilo próprio. Dono de um vozeirão inconfundível e de um balanço até hoje não igualado, ele começou a carreira no início da década de 1960 e alcançou o estrelato no início da década de 1970, teve um programa de TV, fez duetos com gente como Elis Regina e Sara Vaughan, onde mostrava seu timing inigualável e regeu o Maracanãzinho lotado mostrando que ele era o dono da área naquele momento.
Mas de repente Simonal passou das páginas de amenidades para as páginas policiais, num primeiro momento, e de repente foi taxado de dedo-duro numa época em que não se tinha escolha: ou se era contra ou a favor da ditadura militar.
Sabe-se hoje que o boato partiu de Jaguar, conhecido por suas constantes bebedeiras e que mais tarde recebeu milionária indenização como "perseguido político".
Simonal morreu pobre e esquecido, porque seus discos sumiram das prateleiras e deixaram de tocar nas rádios por mais de 30 anos. Tudo porque um bêbado um dia achou que ele era dedo-duro.
Recentemente, o lançamento do filme "Ninguém sabe o duro que dei" fez um resgate (ainda que tímido) da vida e carreira de Simonal, que (ironia do destino) morreu também no dia 25 de junho (só que há 9 anos), como Michael Jackson.
Por trás dos escândalos que permeiam a vida de Jackson e da perseguição a Simonal, está uma palavra que poucos ousam proferir, que muitos praticam e que a sociedade, hipócrita, diz não existir: racismo!
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