A mídia sem pauta

A mídia brasileira não tem encontrado assunto para suas pautas. Resultado: continua aquela velha lenga-lenga, inaugurada com a posse de Dilma e a saída de Lula de como conseguir mostrar que o Governo da primeira mulher eleita presidente do Brasil não é a continuação do Governo do primeiro operário eleito presidente do Brasil.
E assim, dia após dia abre-se os jornais e lá está uma fofoca de "fontes" inimagináveis dando conta de que Lula está aborrecido por determinado ato de Dilma, ou que esta tomou uma atitude que, "finalmente", mostra que seu Governo não vai ser igual aquele que passou. Ufa! Quanta falta de imaginação e do que fazer.

Na real, o tão propalado desgaste entre Dilma e Lula porque a primeira não o convidou pessoalmente para o almoço em torno de Obama é um factóide plantado pela mídia. Lula fez bem em não ir, porque enquanto distribuía sorrisos e elogiava a beleza do Rio de Janeiro e se encantava com a agilidade de nossos capoeiristas, Mr. Obama apertava o botão vermelho ordenando ataques à Líbia, dando continuidade à política invasora de Bush, que perpetrou o mesmo contra o Iraque. A mídia brasileira continua colonizada.

No mais, se o Rio obteve êxito contra o tráfico com as UPP's, ainda não deu resposta para nossos problemas nas áreas da Saúde e Educação, que vão muito mal e existe um silêncio quase absoluto sobre o surto de dengue que tomou o Estado. Os transportes continuam daquele "jeito" (atrasos de trens e metrôs e o congestionamento infindável pelas ruas). O corredor exclusivo de Paes por enquanto tem como resultado imediato um sacrifício inexplicável para os usuários. E vamos que vamos porque a mídia tá mais interessada nos espaços comerciais do que em prestar serviços à população.

Restam os blogueiros e a sua independência, apesar das dificuldades inerentes à atividade.

Até de repente...